quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mad's Maddest Artist

Fui uma adolescente um tanto quanto fora dos padrões habituais. Era absurdamente tímida, só usava calça jeans, camiseta, tênis e um amontoado de pulseiras hippies de pano e couro no braço esquerdo junto com um dos meus muitos relógios. Vejam bem, eu SÓ usava isso. Sempre. Para qualquer ocasião. E se fizesse frio colocava um blusão de moletom por cima de tudo. E, claro, era sempre o mesmo.
Foi nessa mesma época que eu descobri a revista MAD. E foi lendo e colecionando a revista mais retardada (e divertida) de todos os tempos que descobri o cartunista Don Martin.
Don Martin, conhecido na revista MAD como Mad's Maddest Artist , presenteou a revista com seus personagens de pés dobrados, suas onomatopéias como BREEDEET BREEDEET (sapo coaxando), PLORTCH (cavaleiro que acabou de ser atingido por uma espada) e klubble klubble FAGROON (edifício desmoronando) e BABUUM! (bomba desativada pelo capitão Klutz, super-herói tapado que usa, como uniforme, uma ceroula de bolinhas por cima de um macacão atoalhado e sapatos com cabeças de coelhos) e seu humor ácido e insólito de 1956 até 1988. 
Para conhecer melhor o cartunista, uma entrevista dele com ele mesmo.

*Entrevista retirada do site oficial do cartunista. Tradução @robgordon_sp.


Don Martin entrevista Ele Mesmo

Existe alguma coisa que ninguém suspeita sobre você?
Não posso lhe dizer. Conhecendo você, aposto que você espalharia para todo mundo.

O quanto você se identifica com seus personagens?
Em alguns casos, muito. Por exemplo, todos os meus pássaros de estimação possuem umbigos proeminentes.

Você é uma pessoa feliz, de forma geral?
Ah, sim! Eu sempre assovio uma música alegre, e uso meu sorriso como guarda-chuvas.

Qual a aparência do seu cérebro?
Um feijão com verrugas

O que, em sua juventude, lhe preparou para o seu trabalho?
Quando eu era criança, eu amarrava cestos nos pelos do nariz da minha mãe. Isso me ensinou muito sobre simetria.

Se você considera que um desenho seu é engraçado, você costuma estar correto?
Sempre! E eu costumo atirar meleca em que discorda!

Quais outras formas de mídia você gosta?
Pombos-correios.

Descreva um dia perfeito para você.
O Sol se levanta cedo, pela manhã e, no final da tarde, ele está do outro lado do céu. Acho isso perfeito.

Com quem você gostaria de jantar?
Qualquer pessoa menos vocês! Eu não suporto suas maneiras à mesa, e você coloca muito sal na comida!

Algum comentário sobre seus anos na revista Mad?
Minha agente acha que sou louco por ter trabalhado lá durante tantos anos. Se eu lhe disser tudo o que ela pensa sobre a Mad, é provável que o governo desligue a internet. E a conhecendo bem, ela falaria isso para os outros. Ao menos ela é fã da Cracked  e dos meus editores lá. Eu também sou.

Com o que você sonha?
Às vezes tenho este sonho estranho, no qual meu agente me coloca num site entrevistando a mim mesmo, com um monte de perguntas imbecis.

Você faz a vida acontecer, ou ela acontece para você?
Você está ficando profundo demais para mim. Pergunte outra coisa.

Tem algum lema pessoal?
Sim, mas é pessoal demais para que eu conte a você. Já falei demais aqui.

Quem interpretaria você num filme sobre sua vida?
Uma mistura de Arnold Schwarzenegger e Moe Howard (em seus dias mais saudáveis; e nos meus também).

Isso conclui nossa entrevista. Algum comentário que você queira adicionar?
Sim. Se você estiver falado sério sobre seguir carreira como entrevistador, escolha um candidato mais interessante. E segure seu outro emprego com unhas e dentes.

Em 2007 foi publicado o que é um dos meus sonhos de consumo atuais.

MAD's Greatest Artists: The Completely MAD Don Martin.
"For the first time ever, here is the complete collection of every piece of art Don Martin published in MAD throughout his extraordinary thirty-year tenure (1957-1987). With all of Martin's strips, covers, posters, and stickers--presented in chronological order--it is nothing less than a masterpiece of comic genius."






*imagens abaixo retiradas do Google







Um comentário:

  1. Ana,
    Também li muito Mad durante minha não tão breve adolescência. Lembro que descobri a revista em um sebo em Blumenau e passei a matar aula para só para ir até lá comprar (lembra que sou de Pomerode). A entrevista ficou a cara dele. Estratosfera pura. Gostei de ler o parágrafo introdutório. Me fascina o modo como você escreve. Aliás, espero sempre ansioso as postagens. Obrigado, abraços e que o fim de semana chegue logo.

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